Anteontem, passeando pelo shopping pra comprar a mochila da viagem pela América do Sul (depois falo dela), passei em frente uma agência de viagens e vi um banner do Rio de Janeiro. O único lugar do Rio que eu já visitei até o momento é Paraty, mês passado, no Carnaval. Também já passei por lá quando era criança, em Campos, e cruzei o Rio de carro e a ponte Rio Niterói indo para o Nordeste com meu pai. Mas isso nem conta, por que eu era pequena e tenho vagas lembranças da ponte que não acabava mais, e também não tenho fotos.
Sempre quis conhecer o Rio, e estava com planos de dar uma visitada na Páscoa, mas nada muito concreto ainda. Já tinha pesquisado algumas passagens, mas esse negócio de só aceitarem cartão de crédito estava bloqueando minha vida, por que eu não tenho cartão de crédito. E nem quero ter, já me compliquei muito na vida com cartões. Decidi que, se tenho dinheiro, compro, se não tenho não compro, e estou bem assim. Então estou impossibilitada de comprar passagens aéreas pela internet (alguém, por favor, apresente a opção débito pra eles, acho que nunca ouviram falar). Resolvi entrar na agência e dar uma olhada, se ficava mais barato ou mais caro do que na internet.
O atendente pesquisou, pesquisou, me mostrou algumas opções de data, e eu reclamei que pela Decolar tinha visto mais barato (e realmente estava, mas pouca coisa). Ele entrou no site da Decolar e fez alguns testes, e me mostrou que conseguia as passagens por um valor menor que a Decolar (pelo site da companhia o valor é o mesmo que em agências, e também nao aceitam a opção débito). Um real a menos, mas estava valendo, por que ele conseguiu a passagem pro aeroporto Santos Dumont, que é no centro do Rio, e pela Decolar só tinha para o Galeão, que fica um pouco fora da cidade, e eu economizaria em tempo e em táxi. Comprei a passagem para conhecer o Rio na Páscoa, indo no dia 05 de Abril e voltando dia 09 de Abril (saindo na quinta cedinho e voltando na segunda à tarde).
À noite, batendo papo com um amigo no chat do face, comentei que iria para o Rio, e ele me perguntou com quem eu iria. Na maior naturalidade falei que iria sozinha, e a resposta foi essa: "Tadinha, vai sozinha? Você não se importa?". Depois, mais tarde, um outro amigo postou as passagens de uma viagem pro Rio no mural do face também, e perguntei quando ele ia, porque eu também iria pra lá, e ele perguntou: "Vai com amigos?" Dessa vez fiquei encabulada de responder de novo que iria sozinha, por causa da resposta da conversa anterior, e respondi que iria sozinha, mas que encontraria um pessoal lá.
O fato é que, depois dessa última viagem pra Paraty, e conversando com amigas que já viajaram sozinhas, descobri que a melhor coisa é fazer o que se tem vontade, independente de quem vai contigo ou não. Em grupo, tudo tem que ser feito de comum acordo, tem que ter paciência pra aguentar os faniquitos alheios (e torcer pra aguentarem os seus), tem que abrir mão de coisas e passeios que você gostaria de fazer porque os outros não querem fazer, e etc.
Além de tudo isso, se ficar dependendo dos outros nunca viaja e nunca faz nada. Em que momento você estaria andando no shopping e decidiria comprar uma passagem aérea pra uma viagem e seus amigos topariam, sem mais nem menos? O fato é que ninguém tem a mesma disponibilidade de tempo que você, a mesma disponibilidade financeira (às vezes você tem e seus amigos não, e vice versa), a mesma vontade, nem quer ir para os mesmos lugares, tem o mesmo pique de viajar sempre ou pode decidir sem pensar em mais ninguém (tem que pedir autorização pro bofe antes, ou levar ele junto, e nem sempre ele pode). Perdi a conta das vezes que queria fazer uma viagem, e na última hora todo mundo fura, dá uma desculpa, diz que não pode ir por causa do trabalho, da faculdade, do namorado(a) e por aí vai. E eu desistia junto.
Então, cheguei à conclusão que, ou eu me aventuro, ou nunca viajarei. Essa viagem pra América do Sul, por exemplo, vou com uma amiga, e de início iríamos em quatro, mas duas já furaram. E se essa amiga que vai também furasse, eu ia mesmo assim, porque é algo que quero muito fazer.
Quando se viaja só, fica-se mais aberto para conhecer pessoas, fazer amizades, visitar lugares insanos. Digo isso porque, quando viajava com meu ex, nunca estava disposta a passar perrengue, ou me arriscar em alguma aventura. Queria era conforto, hotel bom, café da manhã legal, passeios em estilo lua de mel. E não dava bola pra outras pessoas que estivessem fazendo o mesmo roteiro, afinal já estava acompanhada. Sozinha me torno mais sociável, mais disposta a fazer novas amizades. E, caso eu queira fazer algo que os outros não querem, queira voltar mais tarde ou mais cedo, ir em algum lugar, vou e ninguém fica emburrado, afinal não temos a obrigatoriedade de fazer tudo em conjunto. Viajar junto não é assim, viver junto não é assim, a vida em sociedade precisa de acordos, não é compatível com a completa independência.
Depois que encerrei a conversa com esse segundo amigo, fiquei me sentindo uma boba por não querer falar que iria sozinha. Ninguém quer despertar a pena das pessoas. Mas percebi que não sou eu que sou digna de pena, e sim aqueles que não conseguem ser felizes, curtir, viajar por falta de alguém, preferem se trancar na "solidão" dependente de suas companhias.Mas eu disse uma coisa certa: vou encontrar um pessoal lá. E vou mesmo. Se legais ou não, ainda não sei, mas com certeza pessoas que alguma coisa me acrescentarão. E que farão a viagem diferente, de uma forma ou de outra. O clima dos hostels proporciona isso, essa interatividade, esse contato. E isso não tem hotel cinco estrelas que substitua.
Vamo que vamo, Rio de Janeiro que me aguarde! Essa Páscoa promete!
"Não quero tua esplêndida gaiola, pois nenhuma riqueza me consola de haver perdido aquilo que perdi. Prefiro o ninho humilde, construído de folhas secas entre os galhos das árvores amigas. (...)"
(O pássaro cativo, Olavo Bilac)
(O pássaro cativo, Olavo Bilac)
domingo, 11 de março de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
Passagens compradas!
Depois de muita dúvida e muita pesquisa, comprei as passagens para a viagem de Julho (sim, são duas passagens: vai eu e uma amiga, e mais duas estão em processo de decisão se irão ou não). No roteiro, Bolívia, Chile e Peru.
O ponto de chegada e o de retorno foram um dilema: eu queria ir de SP até Corumbá, no Mato Grosso do Sul, atravessar a fronteira até Quijarro de táxi, e de Quijarro até Santa cruz de La Sierra pegar o trem da morte, roteiro clássico de mochileiros pela América do Sul. Porém, os valores das passagens não compensavam: de São Paulo até Corumbá ficava mais caro do que ida e volta para a Bolívia. Ir de ônibus de São Paulo até Corumbá levaria muito tempo, e como meu tempo disponível é curto (só 15 dias) também não valia a pena. Queria viajar no trem da morte, mas pelo que pesquisei hoje é um trem normal, com vagões de luxo e até refeições, e a viagem até santa Cruz de La Sierra é de 16 horas, e sentada num vagão de trem. Não tenho frescuras, mas a minha preocupação era mesmo aproveitar melhor o tempo, então concluí que dava pra ficar sem o trem da morte.
Segunda hipótese então: ir de SP até La Paz, na Bolívia, de lá descer para o Chile, do Chile para Cuzco no Peru, e voltar pra SP pelo Peru. Novamente passagens inviáveis, por que para chegar em um ponto e voltar pelo outro, cada trecho sairia mais caro do que a passagem de ida e volta. Então o que mais valeu a pena foi comprar as passagens de ida e volta pelo mesmo ponto, e este ponto ficou decidido que seria La Paz, na Bolívia. Por quê? Primeiro por que era mais barato do que ir de SP a Lima, no Peru ou de São Paulo a Santiago, no Chile. E também porque essas duas outras capitais ficam longe dos locais que estão no roteiro da viagem, o que demandaria longos percursos de ônibus até os pontos que quero visitar (futuramente farei um post sobre o roteiro). Além disso, como irei em Julho, que é época de inverno na América do Sul, e viajarei pela Cordilheira dos Andes, com locais em que a altitude chega a 5000m (ou seja, ainda mais frio), precisarei de roupas específicas. No Brasil roupas pra frio intenso são difíceis de achar e caríssimas, e em La Paz, na Bolívia, dá pra comprar essas coisas bem baratinhas, e pretendo comprar por lá.
Então, o local de embarque e desembarque será La Paz, na Bolívia.
Segundo dilema: qual companhia escolher?
A mais barata, óbvio. Por enquanto nao posso me dar ao luxo de escolher uma companhia aérea pelo seu conforto ou pela sua qualidade de serviços, ou até mesmo pra acumular milhas pra uma viagem futura, como uma amiga minha sugeriu. Prefiro gastar menos com a passagem aérea e fazer um fundo pra uma outra viagem. Então, seguindo essas "exigências", a companhia mais barata foi a Aero Sur, uma companhia Boliviana. Só que pra comprar pela internet, as empresas só aceitam cartão de crédito (nao sei por que não aceitam débito), e eu não tenho, então teria que ir até o balcão da companhia no próprio aeroporto, algo que é ruim, pois quem mora em São Paulo sabe o tempo que a gente perde num deslocamento dentro da cidade, por conta do trânsito (saco). Achei uma filial da Aero Sur no centro, na Avenida São Luis, e depois de pesquisar as passagens na Decolar e no site da Aero Sur e ver que os valores são iguais, fui até lá na filial e comprei.
Data da partida (SP-LP) 01 de Julho.
Data do retorno (LP-SP) 21 de Julho.
Momento revolta: estava com pressa de comprar por que já está muito perto, e quanto mais perto da data do embarque mais caras ficam. Passei semanas pesquisando os valores pra ver se teria alteração e não teve, então comprei. No dia seguinte, entrei pra ver de novo, e estavam R$ 100,00 mais baratas. Bolas.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Brotas: na correnteza do Rio Jacaré
Há um tempinho atrás, fui no casamento de um conhecido no Paraná. Era um feriado prolongado, saímos na véspera à noite e chegamos lá quase de manhã. Passamos o dia em Londrina e à noite participamos da celebração e dormimos na cidade. No dia seguinte, demos umas voltas por Londrina, visitamos um clube e como estávamos de carro (que dá um pouco mais de liberdade e flexibilidade), resolvemos ir para Brotas no dia seguinte fazer rafting. Como estávamos no Paraná e Brotas fica no norte do estado de São Paulo, a viagem foi bem longa, chegamos à noite lá, e arrumamos um hotel pra passar a noite, para no dia seguinte cedinho, procurarmos uma empresa de rafting.
Hoje, lembrando dessa viagem, percebo o quanto eu mudei. Nesse dia o pessoal que estava comigo se hospedou num hotel super simples pra economizar um pouco, já que seria só um dia, a dormida seria rápida pq chegamos hiper tarde e já havíamos gastado com hospedagem em Londrina. Eu bati o pé e não quis dormir lá de jeito nenhum, só de olhar a fachada do lugar eu não quis nem entrar pra ver e fui procurar outro lugar com meu ex. Hoje eu aprendi que o que vale é não se privar de conhecer os lugares por frescura, a menos que vc seja rico e possa pagar os melhores hotéis. Se privar do conforto pra conhecer o mundo: vale a pena!
Pela manhã contratamos uma empresa, eles forneceram os coletes salva vidas, capacetes e tênis (as roupas eram nossas mesmo), algumas orientações e nos levaram para o rio Jacaré, que usualmente é utilizado para a prática de rafting. No nosso bote o instrutor dava as orientações para as remadas, e num outro o cara que tirou as fotos pra gente (foram pagas à parte).
Cinco horas dentro da água, alguns momentos de garoa, a correnteza forte por causa das chuvas da época e algumas paradas em cachoeiras e prainhas. Pena que estava frio no dia, senão teria dado pra aproveitar bem mais. No final do trajeto havia um carro pra nos pegar e levar de volta à agência, onde estavam as nossas coisas. Trocamos de roupa e fomos embora, e valeu o passeio!
Ainda em Londrina, no Paraná
Ainda em Londrina, no Paraná
No casamento
Num clube em Londrina:
Já em Brotas:
Rio Jacaré:
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