"Não quero tua esplêndida gaiola, pois nenhuma riqueza me consola de haver perdido aquilo que perdi. Prefiro o ninho humilde, construído de folhas secas entre os galhos das árvores amigas. (...)"

(O pássaro cativo, Olavo Bilac)







sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quem sou eu?



Como para a maioria das pessoas, pra mim esta também é uma pergunta difícilima de ser respondida. Sou divorciada, professora de história da rede pública, tenho vinte e poucos anos e moro em São Paulo com mais duas cachorras, Dora e Nala.

Apaixonada pela vida. Gosto de sair, de badalar, de me divertir, de fazer amigos, de viajar, de conhecer culturas, lugares, histórias, de amar e ser amada. Gosto de comer, de decoração, de coisas fofas, de organização, de gente bem humorada.

Não gosto de organizar (contradição), de lavar louça, de cozinhar, de gente chata, de dogmas religiosos, de pessoas grosseiras, de fanatismo de qualquer tipo, de indiretas, de palavrões, de falta de educação.
Sou desorganizada, bem humorada, bagunceira, falante, amiga, companheira. FELIZ!

Considero que minha paixão por viagens começou quando eu aprendi a ler. Me lembro do primeiro livro que eu li, se chamava “O morro do Caracará”, e na história, quatro irmãos bastante unidos e que se amavam muito haviam herdado um anel mágico. O mais velho sai de casa para viajar pelo mundo e deixa o anel com segundo irmão, e quando ele estivesse em perigo o anel brilharia para que o irmão pudesse ir ao seu encontro. E sucessivamente os irmãos saem para conhecer o mundo e passam por perigos, deixando o anel mágico com o mais novo, até que eles se reencontram.

Também li diversos outros, como A Ilha Perdida, Volta ao Mundo em 80 Dias e A Ilha do Tesouro. Contos de pirata sempre inspiram qualquer um a sair por aí, pois piratas são pessoas ávidas por viver e buscar as coisas boas da vida: tesouros, bebida, amores, praias paradisíacas e sossego. E têm a malandragem no sangue, porque sem ela é impossível sobreviver nesse mundão de meu Deus. Livros são a forma mais barata e mais fácil de conhecer o mundo, além de despertarem aquela vontade louca de entrar nele e poder viver suas histórias na pele. Passei minha infância e adolescência enterrada em livros, li na minha adolescência todos os livros de Sidney Sheldon, e cada história dele se passava num país, ou seus personagens viajavam para vários lugares, o que despertava em mim a vontade de visitar esses lugares também. Também gostava muito da série de livros As aventuras de Tintim, pois cada história também se passava em vários lugares do mundo, e são baseadas na cultura e história dos locais que o garoto europeu passa (alma de historiadora desde a infância). Atravessava os mares junto com Moby Dick, viajava pelos lugares fantásticos de Gulliver, ia até a China com Marco Polo e lutava contras os moinhos de vento junto com Dom Quixote e Sancho Pança.

Além dos livros, meu pai foi um grande colaborador para despertar em mim o gosto por viagens. Duas vezes por ano nós viajávamos pra algum lugar, e acho que a primeira vez que fiz um mochilão foi viajando com ele: saíamos de carro e ele tinha o hábito de passar por vários lugares numa mesma viagem. Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Pará, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, e por aí vai, cada ano era um estado diferente e íamos visitando as diversas cidades pelo caminho. Meu pai já era adepto do couchsurfing : fazia contato com os conhecidos da igreja que ele freqüentava e íamos nos hospedando pelo caminho. Com ele aprendi a comprar coisas em supermercados para economizar ao invés de gastar em restaurantes, a fazer malas compactas pra não sofrer com o peso e a evitar paradas para não perder horas preciosas de viagem. Eu era criança, mas ele me delegava a responsabilidade de fazer minha própria mala e carregá-la sozinha, então eu só podia levar o que pudesse carregar (eu sempre queria levar mais brinquedos do que artigos de necessidade rs). 


Conheço pessoas que me dizem que não saem de casa se não for pra dormir numa cama melhor que a que já têm, que fazem questão de um hotel no mínimo com quatro estrelas. Respeito a opinião de cada um, pois se não está disposto a se submeter por coisas que podem acontecer no meio do caminho, melhor ficar em casa mesmo do que se estressar. Eu mesma já fui assim, não dormia bem se fosse fora da minha cama ou com um travesseiro diferente do meu, e escolhia hotéis pelo preço e pela fachada bonita, mas só viajava uma vez por ano, pois se a exigência é grande, o bolso também tem que ser. Hoje mudei muito: já dormi em dezenas de camas diferentes, dividi quarto  com pessoas de várias nacionalidades e me sentei em bares e mesas de restaurantes com pessoas que tinha certeza de que nunca mais veria. E tudo isso só me acrescentou e me fez crescer como pessoa, toda experiência sempre é válida, seja ela boa ou ruim. Tento não me ater às coisas ruins, às vezes reclamo, principalmente com falta de higiene na comida, mas já estou me habituando, e acabo nem ligando mais. A vida ensina, e tudo é uma escolha, e eu escolhi isso: passar por alguns perrengues mas viver da maneira que me faz feliz. Não procuro luxo, não faço questão de conforto e não me importo de fazer só uma refeição, se tudo isso está me agregando vivência e conhecimento. E também gosto de me ater às coisas boas, impressões e sentimentos que tive. Já li blogs de pessoas que só escrevem pra comparar, criticar e reclamar. Tento não fazer isso, acho absolutamente chato e não é o que as pessoas procuram.

Hoje, quero tudo que a vida pode me proporcionar, e quero mais, muito mais, quero felicidade, quero sorrisos, quero abraços, quero amigos, quero beijos sinceros, quero declarações de amor, quero aventuras, quero presentes, quero presentear, quero rir, sorrir, quero o mundo. Quero viajar. Conhecer lugares, culturas, pessoas e histórias.

Quando me for dessa vida, nao levarei nada material. Então pelo menos quero levar boas lembranças e boas experiências, e deixar marcas que podem permanecer pela eternidade: árvores. A cada destino alcançado, sempre que possível, uma árvore será plantada, como forma de agradecimento à mãe natureza, e também para devolvê-la o que dela tem sido roubado.

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