"Não quero tua esplêndida gaiola, pois nenhuma riqueza me consola de haver perdido aquilo que perdi. Prefiro o ninho humilde, construído de folhas secas entre os galhos das árvores amigas. (...)"

(O pássaro cativo, Olavo Bilac)







sábado, 25 de fevereiro de 2012

Paraty: para ti, para mim, para nós!

"Bela cidade colonial,considerada Patrimônio Histórico Nacional, preserva até hoje os seus inúmeros encantos naturais e arquitetônicos. Passear pelo Centro Histórico de Paraty é entrar em outra época, onde o caminhar é vagaroso devido às pedras "pés-de-moleque" de suas ruas. As construções de seus casarões e igrejas traduzem um estilo de época e os misteriosos símbolos maçônicos que enfeitam as suas paredes nos levam a imaginar como seria a vida no Brasil de antigamente. A proibição do tráfego de automóveis no Centro contribui para esta viagem pelo "Túnel do tempo". A cidade foi fundada em 1667 em torno à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, sua padroeira. Teve grande importância econômica devido aos engenhos de cana-de-açúcar (chegou a ter mais de 250), sendo considerada sinônimo de boa aguardente.Em sua área encontram-se o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, onde está a Vila da Trindade, a Reserva da Joatinga, e ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar. Ou seja, é Mata Atlântica por todo lado." Fonte: http://www.paraty.com.br

 
Primeiro dia:

Combinei com algumas amigas ano passado que passaríamos o Carnaval juntas. Destino escolhido: Paraty, no Rio de Janeiro. Pousadinha reservada pela internet, malas feitas, carro abastecido, saímos bem cedinho, crentes que ainda pegaríamos uma praia naquele mesmo dia. Doce ilusão: um percurso que levaria no máximo quatro horas se transformou num martírio de 13 horas sob um sol de 34°, prova de resistência típica de reality show vagabundo. Ok, chegamos à noite, e pra espantar o stress jogamos as malas no quarto, um banho, rasteirinha no pé pra nao se cansar, um jantarzinho pra encher o estômago vazio e caímos na folia. Sambei ao ritmo de Adoniran tocado por uma bandinha legal, pulei atrás do trio, curti um show na praça, e ainda com pique, dancei na única baladinha da cidade: Paraty 33.

                            Trânsito, muito trânsito:

                                     Bloco das divas:

                                 Causando no Paraty 33:


          "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu"


                                    Bora sambar com eles!


Segundo dia:
De ressaca, pegamos uma escuna pra passear pelas ilhas da região, conheci uma galera legal e descobri que uma delas morava na minha rua: êta mundo pequeno! Encontramos essa galera à noite na rua, atrás do trio. Alguém da escuna veio oferecer um mergulho em alto mar numa área com peixinhos, e não pensei duas vezes: fui! Nunca tinha feito isso, morria de medo de água até pouco tempo atrás porque não sabia nadar, mas fiz dois meses de natação e perdi o medo, então topei. Mergulho de pouca profundidade, sem snorkel e segurando na escada do barco, mas mesmo assim fiquei me sentindo muito radical. Nas paradas do barco, galera pulando na água e indo pras prainhas a nado, morri de vontade, mas fui segurando no macarrãozinho de isopor. Tudo a seu tempo.

Peixinhos listrados em alto mar:


  Pulando no bloco das "noivas" rs, afinal elas tb querem se casar, né.



                 Um beijo pra selar a noite:


Trindade

"Trindade é um dos destinos mais importantes do município de Paraty, no estado do Rio de Janeiro. Localizada a 30 km do trevo de Paraty, está situada dentro da Área de Proteção Ambiental do Cairuçu. Suas belíssimas praias, trilhas e cachoeiras recebem turistas do Brasil e do mundo. A vila de Trindade oferece muitas opções de hospedagem, compras e gastronomia, sempre mantendo um estilo rústico, característico do lugar." Fonte: http://www.paraty.com.br/trindade/


Terceiro dia:

Remédio pra dor de cabeça, café da manhã na pousada, mochila com canga, toalha e protetor solar, entramos no carro e seguimos pra Trindade. Atmosfera de vila, campings, praias lindas de uma água incrivelmente azul, trilhas que levam à praias isoladas e hippies, muitos hippies: dreads nos cabelos, tocando violão, vendendo artesanato e clima de paz e amor. Quero voltaaaaar!! Uma das minhas 100 coisas pra se fazer antes de morrer: acampar numa vila hippie (além de pular de um barco em alto mar rs).
À noite em Paraty de novo, pulamos atrás do trio elétrico, cerveja, e vários estilos musicais depois, outro trio elétrico surgiu. Bora pula mais um pouco!

                                  Praia do Meio, em Trindade:


Alguém de boa em Trindade vendendo artesanato e batendo seu atabaque (é isso mesmo?)



Última noite de Carnaval (fazendo graça em frente à delegacia):


                                 Vai um Sucrilhos aí?


Festa de Nossa Sra do Rosário e São Benedito? Achei que fosse carnaval!


                                 Ponto alto da festa:


Quarto dia:

Fomos conhecer Paraty: andamos pela cidade, visitamos o centro histórico, fizemos o circuito da cachaça (uma passada nas cachaçarias e várias experimentadas), compramos lembrancinhas e presentes e saímos não muito tarde com medo do trânsito (a motorista nao bebeu, ok?)

Jack Sparrow apresentando a história do lugar:


As lindas ruazinhas sinuosas da cidade (nem parece que na noite anterior as vielas estavam cheias de latinhas vazias, garrafas de bebida, confete, serpentina... A pref. mandou bem na organização e limpeza da festa).

Saiba mais sobre Paraty, a incrível cidade histórica carioca (parte 1):


(parte 2):




Onde ficar em Paraty:

Onde ficar em Trindade:

O que fazer:
Visitar a casa da cultura e o centro histórico, passear de escuna, fazer esportes radicais, experimentar as deliciosas cachaças, relaxar nas praias. visitar cachoeiras, conhecer ilhas, fazer trilhas, rapel, circuitos de arvorismo, caiaques, etc. Para esportes radicais, entre em contato com eles:

Quem sou eu?



Como para a maioria das pessoas, pra mim esta também é uma pergunta difícilima de ser respondida. Sou divorciada, professora de história da rede pública, tenho vinte e poucos anos e moro em São Paulo com mais duas cachorras, Dora e Nala.

Apaixonada pela vida. Gosto de sair, de badalar, de me divertir, de fazer amigos, de viajar, de conhecer culturas, lugares, histórias, de amar e ser amada. Gosto de comer, de decoração, de coisas fofas, de organização, de gente bem humorada.

Não gosto de organizar (contradição), de lavar louça, de cozinhar, de gente chata, de dogmas religiosos, de pessoas grosseiras, de fanatismo de qualquer tipo, de indiretas, de palavrões, de falta de educação.
Sou desorganizada, bem humorada, bagunceira, falante, amiga, companheira. FELIZ!

Considero que minha paixão por viagens começou quando eu aprendi a ler. Me lembro do primeiro livro que eu li, se chamava “O morro do Caracará”, e na história, quatro irmãos bastante unidos e que se amavam muito haviam herdado um anel mágico. O mais velho sai de casa para viajar pelo mundo e deixa o anel com segundo irmão, e quando ele estivesse em perigo o anel brilharia para que o irmão pudesse ir ao seu encontro. E sucessivamente os irmãos saem para conhecer o mundo e passam por perigos, deixando o anel mágico com o mais novo, até que eles se reencontram.

Também li diversos outros, como A Ilha Perdida, Volta ao Mundo em 80 Dias e A Ilha do Tesouro. Contos de pirata sempre inspiram qualquer um a sair por aí, pois piratas são pessoas ávidas por viver e buscar as coisas boas da vida: tesouros, bebida, amores, praias paradisíacas e sossego. E têm a malandragem no sangue, porque sem ela é impossível sobreviver nesse mundão de meu Deus. Livros são a forma mais barata e mais fácil de conhecer o mundo, além de despertarem aquela vontade louca de entrar nele e poder viver suas histórias na pele. Passei minha infância e adolescência enterrada em livros, li na minha adolescência todos os livros de Sidney Sheldon, e cada história dele se passava num país, ou seus personagens viajavam para vários lugares, o que despertava em mim a vontade de visitar esses lugares também. Também gostava muito da série de livros As aventuras de Tintim, pois cada história também se passava em vários lugares do mundo, e são baseadas na cultura e história dos locais que o garoto europeu passa (alma de historiadora desde a infância). Atravessava os mares junto com Moby Dick, viajava pelos lugares fantásticos de Gulliver, ia até a China com Marco Polo e lutava contras os moinhos de vento junto com Dom Quixote e Sancho Pança.

Além dos livros, meu pai foi um grande colaborador para despertar em mim o gosto por viagens. Duas vezes por ano nós viajávamos pra algum lugar, e acho que a primeira vez que fiz um mochilão foi viajando com ele: saíamos de carro e ele tinha o hábito de passar por vários lugares numa mesma viagem. Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Pará, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, e por aí vai, cada ano era um estado diferente e íamos visitando as diversas cidades pelo caminho. Meu pai já era adepto do couchsurfing : fazia contato com os conhecidos da igreja que ele freqüentava e íamos nos hospedando pelo caminho. Com ele aprendi a comprar coisas em supermercados para economizar ao invés de gastar em restaurantes, a fazer malas compactas pra não sofrer com o peso e a evitar paradas para não perder horas preciosas de viagem. Eu era criança, mas ele me delegava a responsabilidade de fazer minha própria mala e carregá-la sozinha, então eu só podia levar o que pudesse carregar (eu sempre queria levar mais brinquedos do que artigos de necessidade rs). 


Conheço pessoas que me dizem que não saem de casa se não for pra dormir numa cama melhor que a que já têm, que fazem questão de um hotel no mínimo com quatro estrelas. Respeito a opinião de cada um, pois se não está disposto a se submeter por coisas que podem acontecer no meio do caminho, melhor ficar em casa mesmo do que se estressar. Eu mesma já fui assim, não dormia bem se fosse fora da minha cama ou com um travesseiro diferente do meu, e escolhia hotéis pelo preço e pela fachada bonita, mas só viajava uma vez por ano, pois se a exigência é grande, o bolso também tem que ser. Hoje mudei muito: já dormi em dezenas de camas diferentes, dividi quarto  com pessoas de várias nacionalidades e me sentei em bares e mesas de restaurantes com pessoas que tinha certeza de que nunca mais veria. E tudo isso só me acrescentou e me fez crescer como pessoa, toda experiência sempre é válida, seja ela boa ou ruim. Tento não me ater às coisas ruins, às vezes reclamo, principalmente com falta de higiene na comida, mas já estou me habituando, e acabo nem ligando mais. A vida ensina, e tudo é uma escolha, e eu escolhi isso: passar por alguns perrengues mas viver da maneira que me faz feliz. Não procuro luxo, não faço questão de conforto e não me importo de fazer só uma refeição, se tudo isso está me agregando vivência e conhecimento. E também gosto de me ater às coisas boas, impressões e sentimentos que tive. Já li blogs de pessoas que só escrevem pra comparar, criticar e reclamar. Tento não fazer isso, acho absolutamente chato e não é o que as pessoas procuram.

Hoje, quero tudo que a vida pode me proporcionar, e quero mais, muito mais, quero felicidade, quero sorrisos, quero abraços, quero amigos, quero beijos sinceros, quero declarações de amor, quero aventuras, quero presentes, quero presentear, quero rir, sorrir, quero o mundo. Quero viajar. Conhecer lugares, culturas, pessoas e histórias.

Quando me for dessa vida, nao levarei nada material. Então pelo menos quero levar boas lembranças e boas experiências, e deixar marcas que podem permanecer pela eternidade: árvores. A cada destino alcançado, sempre que possível, uma árvore será plantada, como forma de agradecimento à mãe natureza, e também para devolvê-la o que dela tem sido roubado.