"A lenda que deu origem a toda a história da cidade de São Thomé das Letras aconteceu em uma gruta.
João Antão escravo da Fazenda Campo Alegre, cujo romance com a irmã de seu senhor, o Capitão João Francisco Junqueira, havia sido descoberto, cansado dos maus tratos, refugiou-se em uma gruta no alto da serra, onde passou a viver da pesca, frutos e raízes da região. Um dia um senhor de vestes brancas apareceu para o escravo lhe entregando um bilhete e dizendo que se ele o entregasse ao capitão, este o perdoaria.
Ao ler o bilhete, o Capitão lhe ordenou que o levasse até a gruta, onde encontraram uma imagem de São Tomé entalhada em madeira. João Francisco, homem profundamente religioso recolheu a imagem e a levou para casa.A imagem sumiu e reapareceu na gruta por várias vezes.
Acreditando ser um milagre, o Capitão mandou erguer uma capela no local, onde, em 1785, foi construída a Igreja Matriz, originando assim o povoado; dizem que o filho do Capitão, Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, título este concedido por D. Pedro II, foi sepultado debaixo do altar da igreja.
A origem do nome da cidade deve-se à aparição do santo e às inscrições rupestres encontradas na entrada da gruta que não se sabe terem sido feitas pelos índios cataguases antigos moradores da região ou se são palavras deixadas pelo santo.
O místico procura na prática espiritual e no estudo das coisas divinas, mais que na racionalidade, as buscas para suas concepções divinas, embora muitas vezes o misticismo esteja envolvido com intrincados sistemas que o fundamentam. Em São Thomé existem diversas condições que levaram místicos de todo o Brasil e do mundo a procurarem a cidade, pois estes acreditam que ali há evidências favoráveis às suas práticas e a uma vida pautada no espiritual e no ritualístico implantado por sociedades alternativas ali presentes ou até mesmo por seitas e movimentos." Fonte: http://www.visitesaothome.com.br
Excelente videozinho falando sobre os mitos e lendas que envolvem essa incrível cidadezinha que eu AMEI!
2012 foi abençoado para feriados. O dia 01 de Maio estava chegando e eu não tinha planos de viajar pra nenhum lugar, pois queria economizar para o mochilão de Julho. Mas sempre que um feriado se aproxima, começa a me dar um desespero de fazer alguma coisa, porque eu simplesmente ODEIO ficar em casa sozinha sem fazer nada em feriados prolongados, e pensando em tantos lugares incríveis onde poderia estar. Pesquisei um pouco e decidi ir pra São Thomé, e arrumei uma galera gente boa pra ir também. Reservamos uma pousadinha. Eu queria ficar num dos campings de lá, mas como eu não tinha barraca na época, comprar barraca, saco de dormir e pagar a diária sairia mais caro do que a pousada.
Primeiro dia:
Saímos de Sampa na sexta à noite, e chegamos em STL no sábado pela manhã, ainda de madrugada. Deixamos as coisas na pousada e fomos até a pirâmide, o ponto mais alto da cidade pra ver o sol nascer, maaaaas... cadê o sol? Estava tudo nublado porque o inverno estava chegando, então não deu pra ver o sol, mas as nuvens estavam bem baixas, foi legal entrar quase no meio da nuvem. Tomamos café numa padaria perto e pegamos um ônibus na praça principal que faz um tour pelas cachoeiras da região e na volta passa num restaurante para o almoço (mas volta bem de tardezinha). São Thomé é famosa pelos imensos cogumelos que crescem na região, e os adeptos desse “chazinho” ficam à caça dele pelos pastos, pois eles crescem fertilizados pelo esterco do gado (eca!). Até vi alguns crescendo quando desci do ônibus em uma das cachoeiras. E também é um lugar onde toca muito reggae (gosto pouco rs), na volta paramos num bar onde estava tendo um show de reggae do grupo Força da Paz, um grupo de lá de São Thomé mesmo.
Esperando o sol nascer na pirâmide
E olha ela aí (nao, não é como as pirâmides do Egito rs)
O máximo que o sol quis mostrar dae própria cara foi isso (ficou regulando as coisas rs)
Esse bar fica no começo da subida da pirâmide. À noite tocava um som pauleira lá.
Uma das cachoeiras que o ônibus da ciidade passa durante o tour. Não lembro o nome dela.
Os objetos não-voadores identificados:
O bar que tocava um reggae em frente a Cachoeira da Lua:
Cachoeira do Flavio (eu acho):
À noite, fomos numa pizzaria e pedimos uma pizza na pedra: como São Thomé tem várias pedreiras pela região onde a maioria das pessoas da cidade trabalham, tudo lá é de pedra: o revestimento das casas, o calçamento das ruas, e até as lembrancinhas são umas casinhas de pedra, dentre outras coisas. Nada mais justo do que a culinária se aproveitar desse detalhe típico e usá-la a seu favor. A pizza é assada na pedra, o que deixa a massa com uma crocância deliciosa. Além da pizza na pedra, também há deliciosas cachacinhas que são vendidas em todo lugar por lá.
Depois do jantar, estava rolando o Festival Toca Raul no centro, e eu fui assistir. Várias bandas tocaram, e intercalavam músicas do Raul com outros rocks. Tocavam um rock, dois, no terceiro a galera já gritava: “Toca Raul! Toca Raul!”.
Dando umas voltas pela cidade.
A pizza na pedra (ou o que sobrou dela).
Festical Toca Raul
Segundo dia:
Andei por toda a cidade, comprei lembrancinhas, subi nas pedras altas de onde se tem uma vista fantástica do lugar e almocei a deliciosa comida mineira: arroz, feijão, feijão tropeiro, farofa, carnes, couve, tudo que tem direito no prato dos mineiros (e dos visitantes). Delícia. E começou a chover. Ok, sem stress, paramos num bar de lá e ficamos a tarde toda jogando sinuca, tocando violão e tomando cerveja. Nesse dia chegou mais um amigo da Bia, a paulista que estava comigo: o Melito, e ele levou o violão, então nem tem como se estressar.
Esperando o almoço sair, serviram umas cachacinhas na faixa. De graça até injeção na testa, né.
Entrada do restaurante:
Transbordando boas energias. O clima do lugar é contagiante!
Eu não quero mais ir embora de Minas!
Calma, vamos conversar... (um trabalhador das pedreiras da cidade?)
Choveu? A gente arruma o que fazer.
À noite, subimos pra parte alta da cidade, perto da pirâmide, porque teria um show do Ventania num dos únicos três bares que ficam na subida pra pirâmide.
O Ventania é um hippie doidão cujas músicas têm letras peculiares e mora em São Thomé, mas é bem conhecido em outros lugares também. Se você nunca ouviu as músicas (eu nunca tinha ouvido falar nele até ir pra lá), procure no You Tube e morra de rir. Ele demorou pra caramba pra chegar, e isso porque ele mora na rua de baixo do bar onde seria o show, e enquanto esperávamos ficamos nos bares em frente. Em um o Força da Paz estava cantando e no outro uma banda de rock. Existe uma fama que São Thomé é habitada por duendes e Et´s, mas isso deve estar ligado a um certo cigarro natural muito consumido por lá que faz as pessoas verem coisas.
Subindo para a parte alta da cidade:
Esperando o show do Ventania:
Olha o Ventania aí! Doidão o cara. "Isso é só para loucos, caretas nao."
Uma música dele:
Terceiro dia:
Como o Melito chegou depois e não tinha feito o tour pelas cachoeiras, pegamos o ônibus e fomos de novo com ele, mas estava um frio do caramba, garoando e a água geladassa, então nem deu pra entrar. À noite fomos de novo no show de reggae do grupo Força da Paz e a banda de rock no bar em frente, e voltamos pra pousada debaixo de uma garoa chatinha.
Nesse dia esfriou pra caramba, nem deu pra entrar na cachoeira:
Mas sempre tem uns corajosos que entram:
O ônibus que faz o tour pelas cachoeiras da redondeza (ao lado do desenho da pirâmide tem um disco voador):
Momento Velhas Virgens no nosso cafofo. Sem mísica não dá!
Reggae a vida com amor (olha o instrumento do cara de boina feito de cano):
Como toda cidade de montanha, a madrugada de São Thomé é assim: fria, úmida e nebulosa.
Quarto dia:
E no último dia, o sol: vivaaaaa!!! Queria ir na Ladeira do Amendoim, aquela famosa ladeira onde os carros, ao invés de descer, sobem, e também na famosa gruta onde foi encontrada a estátua do São Thomé que dá nome à cidade, além da Gruta do Carimbado, que dizem que é tão prfunda que vai até a cidade de Macchu Picchu. Mas esses pontos ficavam bem afastados. Tínhamos duas opções: rachar o aluguel de um jipe ou alugar dois quadriciclos pra ir. O aluguel do jipe era muito caro, e a locadora de quadriciclos estava fechada. Buááááá. Ir sem carro tem seus pormenores, fazer o quê. No problem, pretendo voltar, provavelmente em Outubro num festival de rock que terá lá em tributo à Woodstock. Se possível irei visitar esses dois pontos.
Eu coleciono lembrancinhas de viagem, e gosto de comprar coisas que tenham a cara do lugar, e comprei um duende, um ET e umas casinhas, além de outras coisinhas legais. Simplesmente AMEI São Thomé das Letras: a calma, a vibe hippie, a pizza na pedra, a comida mineira, as maravilhosas cachoeiras, a típica simpatia e receptividade do povo mineiro, os shows de reggae, além do sossego delicioso de cidade do interior. Nota dez!
Dentro da pirâmide, um dos muitos hippies do lugar. São Thomé é cheia de hippies, e vários deles ficam pelas cachoeiras e pela cidade vendendo artesanato e coisas típicas.
Patrimônio de São Thomé: os cachorros! Nunca vi um lugar com tantos cachorros, e NENHUM com aparência maltratada. A população da cidade cuida deles. Fica a lição.
Já com saudades desses pratos fartos...
E pela primeira vez, Tati só levou o necessário: uma mochila!
Vem ver como tá bonito em São Thomé! (na pirâmide)
Em Três corações, voltando pra Sampa. Já havia visitado essa cidade com meu pai quando ainda era criança. Não perdeu sua graça, mas ficou bem mais cosmopolita.
Como chegar: de ônibus, há linhas que saem de Três Corações de hora em hora. Em feriados, os ônibus saem da rodoviária do Tietê direto para São Thomé, sem necessitar de conexão em Três CoraçõesDe carro, a partir de São Paulo, pela rodovia Fernão Dias (aproximadamente seis horas de viagem).
Onde ficar:
Hotéis e pousadas: http://www.visitesaothome.com.br/index.php?q=pousadas
Campings: http://www.visitesaothome.com.br/index.php?q=campings
O que fazer:
Roteiros com os principais pontos turísticos: http://www.visitesaothome.com.br/index.php?q=roteiros
Além, é claro, de visitar os maravilhosos restaurantes com comida típica mineira, curtir um reggae com o grupo força da paz, assistir um show do Ventania, subir na Pirâmide e contemplar o por do sol, fazer esportes radicais, passear pela cidade e se encher de lindas e charmosas lembrancinhas.